nOdoa

(nOdoices simples..nada de complicado)

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Nesta época, não pense só em si..pense também nos desfavorecidos

Se hoje pensasse em mim, não iria fazer nada..assim, pensei na neve, que não vejo mas sinto, quanto mais não seja pelo frio nas mãos! A verdade é que a neve sempre me fez lembrar algo branco e frio..não tanto como um morto, mas mais..sei lá..como algodão congelado...uma pessoa toca e diz: "sensação gira esta de ficar sem sentir os dedos, faz-nos pensar como será sermos manetas..para além do nariz em que não podes tocar mas que insiste em correr..devido ao frio..tens as orelhas que ficam petrificadas e pedem que as fricciones.."

Isto do correr de narizes é algo que acontece a muito bom nariz..ainda no outro dia ia a descer a Quelha das Pitas e vejo o nariz da Dona Enternecida, que eu sempre achei uma senhora das que já não há (mas se existe ela, como é que já não há?), qual Rosa Mota ou frango de aviário a correr que nem um desvairado e a fungar algo como: "ai nem me digam, nem me digam nada que eu estou cá com uma destas pressas que..olhem, nem me digam nada!". Ainda houve quem tentasse estender um lenço ou outro, mas haver quem o parasse é que não houve..e a culpa é de quem? é do pólen? é dos ácaros? é porventura, sei lá, dos fenos? (gente que por acaso até sempre achei bem simpática, devo dizê-lo) ... Pois claro que não, é desse tal ar de neve e não me venham cá com hitórias ou mesmo simples contos...

Não fique sentado em frente ao monitor como nada se passasse..faça como eu, corra para esta campanha..adopte um nariz em corrimento..

terça-feira, dezembro 14, 2004

Lençóis Curvados - Cap. I, Argácia, e tu?

Argácia sempre sonhara como quem cata iogurtes, principalmente os naturais. O seu coração era um atum, pronto a ser plantado numa esponja, principalmente das cor-de-rosa. Até que um dia, numa manhã tardia de Outono em que mal amanhecera o sol se prontificou a se ir deitar, pois a noite houvera sido longa e só com a lua ele relaxava (e quem não faz? principalmente na nova), até que um dia (como eu ia dizendo) conheceu Selapino, um jovem em que o bronze não fazia mal nenhum e se mais houvesse, se mais houvesse era mais algum, principalmente se viesse fresco como o chocolate de Verão.
Argácia e Selapino conheceram-se quando Argácia se sentava como em tantos outros dias num banco de jardim mesmo em frente ao seu 7º esq. no 71 da Rua Marcada, jardim que fazia naquele dia um dia que havia sido inaugurado. Poupada, tinha levado, como sempre fazia, o pão do dia anterior para distribuir entre as formigas que por ali passavam esganadas, a quem tão bem saberia o açúcar. Selapino, fiel funcionário dos correios, aproveitara a badalada das dez para fazer a sua segunda pausa matinal, sem contar com o tempo que passou sentado na banheira observando as manchas no tecto somado com o tempo que passara na cama concentrado no tic-tac que um pássaro fazia no seu parapeito e na luz vermelha que irradiava do seu despertador, enquanto se aconchegava no seu cobertor eléctrico que tão bem lhe sabia naquela manhã. Quando o relógio deu a derradeira badalada, Selapino, um grande fã de calções combinados com meia e bota de montanha, entrou no jardim da zona da Rua Marcada pensando onde encontraria um bom “spot” para se acomodar e realizar a sua pausa tão merecida, pois àquela hora ainda trazia o seu saco cheio de papeis endereçados, algo que ainda pesa. Pairando as suas botas pela relva e impressionado com a destreza de mãos de dois velhotes que num banquinho viam quem matava mais moscas (“dois-zero”, dizia um enquanto olhava para o relógio e dizia, “Já passaram duas horas, fim da 1ª parte, intervalo”), foi assim que ouviu pela primeira vez a voz achocolatada de Argácia:
- Ai! Que me mataste o Gil e o Rui!
- Hmm?! – disse o Selapino sem perceber do que falava ela.
- Duas das formiguinhas!
Selapino levantou a sua bota e encontrou na sola duas formigas lutando heroicamente pela sobrevivência. Num gesto nobre, Selapino retira aqueles lutadores da sua sola e devolve-os ao seu lugar. Enternecida, Argácia olha para Selapino que enquanto ia levantando a cabeça olhava pela primeira vez aquela que arrebataria o seu coração. Olharam-se nos olhos, ele descobriu uma pestana no rosto dela; retirou-lha e ela ficou ainda mais enternecida. Os olhos, esses, pareciam fixos uns nos outros, num momento para ambos mágico, em que as nuvens se apresentaram no céu de repente cinzento e em que a voz gritava debilmente: “Olh’á sorte grande, olh’á sorte grande!”, foi rapidamente substituída por outra que gritava violentamente: “Olh’ó chapéu de chuva. É a duas manchas e meia cada, olh’ó chapéu de chuva!”.
Estavam assim apresentados Argácia e Selapino.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

era só p'ra dizer isto

...eu já tive um gatinho...

terça-feira, dezembro 07, 2004

.. eu também sou uma pessoa triste..somos duas pessoas tristes ..



pelos vistos não estou só..tenho outro mundo à minha volta..quantos somos nós, os tristes?
Isso agora também não é importante...queria aproveitar para dizer que tenho uma vontade imensa de coçar o olho esquerdo e só não o faço por consideração com o meu dedo indicador que diz que o olho o deixa húmido.... ah foi? os vossos dedos não falam?! os meus sim! no outro dia o polegar contou.me uma história de encantar, não fosse eu próprio já encantado e isto teria dado numa longa noite de sonho..como aqueles sonhos que não acontecem ou mesmo aqueles que nos fazem acordar de sorriso nos lábios..mesmo sendo nós tristes..sim, porque os tristes também riem e por vezes sorriem embora no meu caso não aconteçam muitas razões para tal, a não ser o tampo da sanita lavado ou mesmo um gato à beira da porta..a olhar lá para fora.... acho que neste momento o que me fazia sorrir era uma lareira e uma janela com neve..bastava-me chuva e nem era preciso lareira, bastava um género de calor misturado com frio que me fizesse usar uma camisola e os meus chinelos..'tou farto de andar de t-shirt dentro da escola ou da residência..
Acho que ora é tudo..isto parafraseeando JC, o Monteiro..que também gostava de usar esta frase, penso eu..mas se não era só para efeitos passa a ser!!