nOdoa

(nOdoices simples..nada de complicado)

sexta-feira, outubro 05, 2007

encontro de primeiro grau

Ontem meti conversa com um tipo pelo facto de ele me ver sempre todos os dias naquele café faz uma semana e só agora se ter apercebido que eu não era, tal como ele tinha na ideia, eslovaco. De ressalvar o facto que eu vou todos os dias àquele café ao fim da tarde por ser aquele que eu descobri ter a cerveja mais barata pelo centro histórico e não necessariamente pelas pessoas ou decoração, embora esta não seja má, não fosse o facto de umas molduras com coisas aleatórias que anhadiram naquelas que parecem ser as proximidades dos tempos como é exemplo um poster dos simpsons bem a despropósito no local ou mesmo uma foto de camiões. Bom, conversa puxa conversa e eu começo a pensar que finalmente adquiro um conhecimento, sem ser por mão alheia, nesta cidade. Faço questões sobre concertos Punk e de que género seriam, adiantando que me havia sido aconselhado não frequentar qualquer tipo de diversão de tal ordem por ser habitual grupos de tipos de direita alimentadores de ódio, como já se sabe, aparecerem em tal espaço de recreação para distribuir violência cega e que eu sendo o tipo com a fisionomia e características de pele mais diferenciadas seria o primeiro a levar. Coisa que eu nem considero ser verdade até porque normalmente só se apercebem eu ser de terra estranha quando sucede o acto de pagamento. Mas voltando ao sucedimento, ele diz que não, que não há nada disso e que tinha acontecido, só por acaso, fazia duas semanas. Eu comento que sendo assim tudo bem, fico mais à vontade. Indica-me um ou outro local que diz ser de interesse frequentar em termos de alcoolémia mas para não me acercar ao estádio do outro lado do rio, porque é onde geralmente se encontram os skins, também vulgos membros de claque. E que em dias de jogo manter um raio de distância bem grande, ou seja, não frequentar o grande, género o Parque da Paz, que fica em antes do recinto de jogo. Eu faço uns comentários acerca do crescimento das comunidades neo-nazis e nacionalistas dentro das camadas jovens por toda a Europa e ele diz sentir o mesmo e ser natural até porque eles até têm algumas boas ideias. Aqui, eu fico de pé atrás (expressão que me foi difícil de explicar a um amigo meu em inglês duas horas mais tarde). A conversa desenvolve-se e ele convida-me para hoje ir a um pub (é o que eles chamam ao que eu continuarei a chamar café embora eles aqui não bebam café na nossa consideração do termo, até porque uma bica é mais cara que uma cerveja de pressão de 0,5L) onde irá haver um concerto de country eslovaco, o que eu aceito só para ver no que tal dará. Depois do concerto já não me convida porque irá para casa de uns amigos skins, o que eu aceito também pelo facto que todos sabem. Bom, após isto ele faz um discurso em como ele e a sua namorada (gótica mas tipo aquelas que se balançam lentamente junto à parede no toxyn) tinham conhecido uns fascios e que se tinham começado a interessar pelas ideias e que estavam cada vez mais embrenhados na coisa. Eu, na minha qualidade antifa, refiro que só uma vez tinha conversado com uma nacionalista e não tinha dado em nada, ficando nós de um lado e ela no seu sem discussão proeminente a violência, tudo muito normal, e que portanto não sabia que tipo de discurso podiam ter tido com ele. Não percebo, porque aqui nem sequer há imigração ou insegurança nas ruas, não sabendo portanto que ideias absurdas podem incutir num tipo de mente permeável, sendo que o moço nem sabia da sua história ancestral e é governado pela mãe. No final de tudo a conversa fica nestes termos e hoje vou ouvir coutry.
Moral da história: devia ter reparado melhor nas botas que o cachalote trazia calçadas. Coisa que apenas fiz quando ele fez questão de me as mostrar.