Hoje resolvi-me a ir a pé de casa até ao centro só para ver no que dava. Começo, pois, a minha jornada a chamar o elevador às 13:36. O elevador não vem. Volto a chamar. Não vem mesmo. Segunda coisa que não funciona hoje, sendo que a primeira era a água quente, o que fez com que a primeira coisa que eu fiz durante o dia fosse soltar uns gritinhos e uns "fodaaaaasssse" debaixo de um chuveiro. Isto para não falar que não existe luz no cubículo da sanita o que faz do cagar toda uma nova experiência.
Não havendo elevador no meu andar, desci para o seguinte já que no meu prédio existe um elevador para os números par e outros para os ímpares. Porque é que tal sucede? Não sei responder. Talvez para poupar nas portas de elevador. Aí, o elevador já respondeu ao meu chamamento. Passado o primeiro obstáculo e saído do prédio pus-me a caminho da Bajkalska, uma estrada principal que segundo havia visto no mapa bastava seguir para entrar noutra e no fim desta encontrar-me no centro, tal como aconteceu. Passo a paragem de autocarro onde deveria apanhar o transporte e sigo confiante, como que chamando comodistas aos que por lá ficaram. Ao avançar pela avenida apercebi-me que morava a 500m dum grande centro empresarial, isto ao fazer reparo nos senhores de fato que fato que faziam pausa de almoço nos restaurantes e esplanadas afins. Não me deixei atemorizar e fiz cara de forte. Um pouco mais tarde aufiro também também o reconhecimento que mais do que as pessoas que há no passeio são os mosquitos no ar. Não faço nem questão de o tentar descrever. Uma verdadeira praga. Continuo a avançar desviando-e o mais que posso de tal insecto, tendo que retirar alguns dos braços e da face, pior um do olho direito, que desde que acordei terça-feira na Covilhã se encontra bastante sensível (creio ter tido nessa altura inícios de uma conjuntivite, já que ao aterrar em Bratislava e me irem buscar o primeiro comentário feito foi: "Man, some dopes you have!!") e um do meio dos incisivos. Seguindo. Parece-me não ter sido grande ideia esta do caminhar, até porque não chego a ver a intersecção de Bajkalska com a outra avenida, coisa pela qual acabei por nunca reparar. Acabo por passar pela central de autocarros e pensar "em que empreendimento me fui eu meter, esta merda quer-me cá parecer que ficava bem longe ainda do centro". Mas não quis ligar às minhas próprias palavras em prol da minha boa sanidade. Segui em frente, sucedendo-me o mesmo com um grande painel que esconde a destruição das antigas fábricas para a possibilidade de construção de novo centro empresarial. Avançando, faço a aproximação do cemitério, meu ponto de referência para me dirigir para o centro, por volta das 14.02. "'tá feito", não fosse eu ter feito mal as contas do que distava dali até ao centro em si. Após curva e contra curva sem pensar bem nas mesmas, aproximo-me finalmente do centro às 14.17. Missão cumprida, 40 mins não parece ser muito, mais 10 até à escola, é claro.
A questão que se põe é: não será melhor pagar as 16 sk (que sempre dão para um panike num quiosque de rua) do autocarro? Ou mesmo andar nele à pala e fazer escapada aos picas? A resposta considero-a uma incógnita até porque amanhã vou voltar a fazê-lo, ainda que pelo caminho tenham passado 10 ou 14 autocarros dos que podia ter apanhado, situação que face ao meu carácter não me desencorajou em nada. O pior, o pior esse será a estação branca que se aproxima. Dia de São Martinho, diz-se que ele chega à cidade montado num cavalo branco.